sexta-feira, 30 de dezembro de 2016

PULAR 7 ONDAS: O RITO UMBANDISTA QUE O BRASILEIRO PRATICA SEM SABER


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No início várias práticas que tangem os ritos em homenagem a Mãe Iemanjá foram disseminados e passaram a servir de “simpatia” de final de ano a pessoas que seguiam outras vertentes religiosas e/ou se consideravam espiritualistas.
Esse comportamento vai resultar em tradições que ultrapassam a camada umbandista e se tornam corriqueiros – em determinadas datas – à pessoas dos mais variados credos. Tendo isso reconhecemos o ato de pular 7 ondas como um dos exemplos mais expressivos dessas manifestações.
Hoje vemos muitas pessoas comemorando o Ano Novo na orla marítima vestidos de branco, pulando sete ondas e levando champagne para ser “estourada” no mar; realizam esse “ritual” como uma simpatia, sem se darem conta de que o mesmo faz parte da tradição umbandista, que há um século vem influenciando nossa sociedade.


Pai Alexandre Cumino, em História da Umbanda

Origem das festividades no litoral


Por volta do ano de 1956, em 9 de dezembro no litoral paulista ocorria uma festividade denominada encontro das águas, nela umbandistas de diversas casas exaltavam o sincretismo entre Iemanjá e Nossa Senhora da Conceição (que por sua vez é sincretizada com Oxum).
O evento foi idealizado por Pai Jaú e tinha como objetivo levar em procissão a imagem de Mãe Iemanjá ao encontro da de Mamãe Oxum (representada pela imagem de N.S. da Conceição) que era levada por José Costa Moura da Federação Umbandista do Estado de São Paulo.
Isso aconteceu durante alguns anos no local, até que em decorrência do aumento significativo dos frequentadores da festa, que na época acontecia em uma área militar na Praia das Vacas os festejos acabaram sendo proibidos e assim o “encontro das águas” passou a ser realizado na cidade de Praia Grande – SP.


Iemanjá agora é POP

Depois da mudança a Festa de Iemanjá ganha força e toma uma proporção enorme, atraindo diversas tendas e médiuns que partilhavam do modelo de festividade iniciado por Pai Jaú.
Em 1969 a festa é oficializada pelo prefeito regente e se torna cada vez mais popular. Segundo o tabloide Integração Umbandista, em seu auge – meados de 1979 – o evento chegou a atrair mais de 1 milhão de pessoas de todas as regiões do país.
Bom, o entendimento da origem da popularização dos ritos umbandistas no final de ano explica boa parte dos costumes que acabaram se fincando nas camadas populares e que são reproduzidos até hoje.
O ‘pular 7 ondas’ está nessa categoria de ritos frequentemente realizados durante às homenagens dedicadas a Mãe Iemanjá no 31 de Dezembro, no entanto, cada vertente tem a liberdade de conceber à ele um fundamento, mas na maioria das vezes ele alude à purificação do corpo e espírito, a devoção aos orixás em especial à Iemanjá que é dona das águas salgadas, a renovação de um ciclo e às 7 linhas de Umbanda.

O número 7 é por excelência parte da cultura de Umbanda, sendo que, dentro da tradição entendemos as Sete Linhas de Umbanda como os 7 sentidos da vida ou as 7 qualidades de Deus que são representados pelos 7 Orixás ou Tronos Divinos (Oxalá, Oxum, Oxóssi, Xangô, Ogum, Obaluaiê e Iemanjá).

Não se sabe ao certo a data oficial em que o pular 7 ondas foi inaugurado e nem quem deu os primeiros saltos na beira do mar, o que sabemos é que isso já está tão enraizado na cultura popular que é normal que alguém o realize sem nem imaginar que com esse ato está saudando também a dona daquele ponto de força, o mar.

quarta-feira, 14 de dezembro de 2016

O Batismo na Umbanda





Hoje vamos falar sobre esse tema bem interessante que é o Batismo de Umbanda. Muitas dúvidas ainda rondam esse tema. Mas compreendendo melhor, podemos ter a ciência da importância que ele representa em nossa jornada.

A cerimômia de batizado acontece de diferentes formas nas diversas religiões. No Judaísmo, conhecido como bar-mitzvá ou Bat-mitzvá, acontece de formas distintas segundo o sexo da criança e é necessário para a iniciação religiosa dos fiéis. Para o Islamismo, batizar é fazer com que o bebê escute em primeiro lugar a palavra de Deus, que é proferida ao ouvido da criança após seu nascimento. Em seguida deve ser distribuído aos pobres o mesmo peso da criança em prata. No Budismo, o ritual é realizado na fase adulta, quando durante um ano a pessoa se prepara para receber um novo nome e sua ordem na linhagem de Buda. No protestantismo, a criança a partir dos 10 anos ou o adulto, passa por uma cerimônia onde precisa ser imerso totalmente em água para receber o sacramento. Para o Candomblé, o Batismo acontece numa cerimônia conhecida como o dia de dar o nome, ou seja, dizer qual o Orixá da criança, a qual é banhada com óleos, mel e outros líquidos. No Catolicismo, o sacramento confirma que a criança é católica e que pertence a Igreja, pois o batismo é a porta de entrada para a religião, na qual o padre faz o sinal da cruz sobre a criança, unta seu peito com óleo e derrama água sagrada sobre sua cabeça. No Kardecismo não há batismo, pois eles dizem que não realizam rituais.

Como vemos, cada um tem a sua forma de se referir à cerimônia, com seus significados e liturgias. Em todas as religiões do mundo, o batismo é sem dúvida um sacramento primordial, cada um com seus rituais atendendo a vontade de Deus para com seu filho Jesus. O importante é que todas aproximam de Deus aquele que é batizado. Na Umbanda não acontece diferente. O Batismo vem como uma forma de unir o filho ao Pai, através dos elementos da natureza que energizam e consagram o amor divino em nossas vidas.

"Batizar" vem de uma palavra grega que significa "mergulhar". Tem por definição o recomeço, o novo nascimento, a inserção no Reino de Deus. Batizar é acordar para a religião a qual você se propõe seguir e adorar. Ao ter a cabeça lavada pela água sagrada, o cristão purifica suas energias para o seu próprio renascer espiritual, com a consciência de seu caminho. O Batismo dentro da Umbanda aparece como sacramento indispensável, pois só após realizá-lo, o médium terá uma vida religiosa completa. O recebimento deste sacramento marca o momento em que Oxalá consagra os filhos adeptos, como forma de protegê-los contra o mal e contra a negatividade.

É importante entendermos que o ritual fundamenta-se na limpeza áurica e na ativação dos chacras. A água realiza a limpeza, a purificação. Jogada normalmente sobre a cabeça, na altura do chacra coronário, ativa este chacra promovendo uma unificação com as forças espirituais superiores. Na Umbanda, além de ativarmos a ligação do chacra coronário com a força de Oxalá, normalmente consagramos ainda a cabeça às energias da natureza, promovendo então, não só a limpeza espiritual como o fortalecimento e o equilíbrio da relação matéria-espírito. Além disso, os outros chacras também recebem imantação, garantindo o fechamento destes às forças negativas e seu ativamento somente para a entrada de energias positivas e benéficas.

No batismo de Umbanda, os filhos indicam padrinhos para orientá-los no caminho da espiritualidade, sendo que estes podem ser irmãos encarnados ou guias espirituais, os quais serão devidamente representados por seus médiuns na hora da consagração. Os padrinhos são muito importantes na cerimônia do batismo, são eles se interessarão pelo desenvolvimento espiritual da pessoa. Geralmente os padrinhos são os responsáveis, juntamente com os pais, pelo ensino da religião. Não existe a obrigatoriedade dos padrinhos na Umbanda serem Umbandistas. Cabe aos pais decidirem ou ao adulto a ser batizado escolher seus padrinhos. O que é importante é que os padrinhos ao menos respeitem e compartilhem da intenção do sacramento, fazendo suas promessas com toda sinceridade e conscientes do seu papel.

O batismo dentro da Umbanda tem por finalidade regular a faixa vibratória da pessoa (adulto ou ainda criança) para que durante a sua vida terrena, ela possa ter uma receptividade para as boas vibrações. Assim, afirma-se que a idade ideal para que o batismo seja realizado é preferencialmente das 7 semanas após o nascimento até os 7 anos de idade. Mas após esta idade também é importante sua realização, pois a proteção é sempre bem vinda durante toda a vida. Afinal de contas, sempre é tempo de despertarmos para a importância da fé em nossa jornada e, se tivermos auxílio de guias protetores, nosso caminho será ainda mais iluminado pela proteção daqueles que nos querem bem.

Segundo a Federação de Umbanda do Brasil, ainda são poucos os médiuns que são batizados com plena sabedoria do verdadeiro significado do batismo. É muito comum médiuns umbandistas serem batizados sem nenhum tipo de consciência sobre o quanto é importante esse sacramento. Dirigentes espirituais precisam perguntar aos seus filhos se é isso mesmo que eles desejam, preparando ou explicando o que significa esse ritual. Ao se batizarem, os Umbandistas criam uma ligação muito forte com o Oxalá e seus Orixás. O batismo é um ato simples, porém muito importante, pois é a porta de entrada da benção Divina de Oxalá e dos Orixás.

Cada chefe de terreiro dá suas instruções para o ritual, pois a liturgia da cerimônia depende ainda da linha e da falange que comanda a casa umbandista e sua forma de trabalho, mas sempre mantendo os mesmos fundamentos relacionados ao sacramento. O ritual pode ser praticado dentro do próprio terreiro como também na cachoeira, ou outro local que tenha forte carga de energias da natureza, como uma cachoeira, por exemplo. Os principais elementos utilizados pela liturgia de Umbanda no Batismo são a água purificadora de Oxalá, para fazer a lavagem da cabeça, filtro central de energia espiritual; A vela de cera, cuja chama é a Luz Divina que nos mostrará o caminho do bem e a pemba, para fazer imantação dos nossos centros energéticos, nos protegendo contra os fluidos negativos. Outros elementos são adicionados à medida que o condutor da cerimônia verifica a necessidade.

Na Umbanda não se acredita no pecado em premiações ou punições após a morte; Crê-se que a vida pode ser boa e deverá ser levada com prazer e alegria. Por isso, o Batismo não deve ser entendido como a salvação da alma. Se o ser humano é feito a imagem e semelhança de Deus, como poderia a criança nascer sem as graças divinas? Ou um adulto não ser perdoado, mesmo com o arrependimento sincero de suas próprias faltas? O Batismo não é a condição para que alguém mereça ingressar no reino dos Céus. É apenas uma forma de proteção nesse mundo de provas e expiações.

A pessoa que recebe o Batismo de Umbanda não é obrigada a ter um vínculo definitivo com a religião. Ela apenas roga a proteção dos Orixás e dos guias espirituais para si. Recebe a ternura da benção dos vovôs e vovós e a firmeza de conduta dos caboclos de pena, com o objetivo de dar proteção e de anunciar a nova vida. Vida esta que futuramente decidirá seu destino religioso sem amarras, mas abençoada e protegida, independente desta escolha. 

Para encerrar nosso estudo do dia de hoje, relembro aquele ponto que costumamos cantar que diz assim: “a Umbanda tem fundamento é preciso preparar…”. Desta forma é importante sempre ter em mente que os fundamentos de Umbanda são formas de canalização de energia para que possamos lidar com as situações que encontraremos durante a missão que viemos cumprir na Terra. Assim, é preciso trabalhar, estudar, organizar, estruturar e sentir a Umbanda através do entendimento do que praticamos. Receber a bênção do batismo de Umbanda é ser portador da missão de transmitir a palavra de Deus através de ensinamentos de fé, amor e caridade. 

Assim irmãos... Encerro o texto de hoje, rogando ao Pai sua proteção em todos os momentos e agradecendo a Deus a oportunidade de ter ao nosso lado seus Anjos de Luz, que nos orientam, nos escutam e nos aconselham, assim como prometeram no momento que nos receberam como seus afilhados. 

E você que ainda não foi batizado... Tá esperando o que para procurar seu dirigente e pedir para receber essa bênção tão importante????



Fonte:http://www.ceenc.com.br/2012/08/estudo-de-grupo-do-ceenc.html

terça-feira, 15 de novembro de 2016

Quando e como surgiu a Umbanda?


Em 15 de Novembro de 1908 manifestou-se na Federação Espírita de Niterói o espírito que anunciou a religião de Umbanda.


Pelo intermédio de Zélio Fernandino de Moraes o espírito se postou e logo declarou-se como Caboclo brasileiro. Neste diálogo várias questões são abordadas, inclusive sobre a forma com o que o índio estaria se vestindo. Pai Ronaldo Linares, uma das pessoas mais próximas de Zélio foi incumbido da missão de disseminar a história do dia em que uma nova religião foi proclamada, e é ele que a partir desse designo passa a relatar os fatos tal como ocorreram na ocasião.


A Federação Espírita (onde ocorreu a primeira manifestação do Caboclo 7 encruzilhadas) na época era presidida por José de Souza, que questionou sobre as vestes clericais – em referência a integrantes da igreja católica – que o espírito do então Caboclo se vestia.


Respondendo com firmeza, declarou:


“O que você vê em mim são restos de uma existência anterior. Fui padre, meu nome era Gabriel Malagrida, e acusado de bruxaria fui sacrificado na fogueira da inquisição por haver previsto o terremoto que destruiu Lisboa em 1755. Mas, em minha última existência física Deus concedeu-me o privilégio de nascer como um Caboclo brasileiro.”

Caboclo das 7 Encruzilhadas


Mas, o que poucos sabem é que Gabriel Malagrida também viveu no Brasil. Padre, missionário, pregador assíduo de seus dogmas, nasceu em Milão e peregrinou por entre suas missões no Brasil e Portugal. Em solo brasileiro, aprendeu dialetos indígenas, e viveu com diversas tribos. Acabou tendo contato com os principais xamãs e com os problemas que assolavam e muitas vezes dizimavam algumas populações indígenas. Mesmo correndo risco de vida e enfrentando a resistência de alguns componentes das tribos, efetuou grandes trabalhos levando sempre a sua espiritualidade a quem necessitava.


Fundou diversas instituições no norte do país até que em 1750 resolve partir para Lisboa em busca de subsídios para possibilitar e a continuidade dos trabalhos realizados. Em suas iniciativas, tinha como objetivo conceber autonomia espiritual, material e mental aos indígenas. Porém, suas ações não agradaram muito a alguns representantes políticos, e logo o padre começou a ser perseguido.


Foi acusado de regicídio, exilado e por fim entregue a Inquisição. Gabriel Malagrida morreu em 21 de Setembro de 1761, condenado a fogueira em um auto-de-fé. Amanhã 15 de Novembro, completam-se 108 anos desde que o espírito manifestado como Caboclo da Sete Encruzilhadastrouxe consigo a mensagem que uma nova religião estava nascendo. Religião esta que seria composta pelas mais variadas formas de ser, sentir e se relacionar e que mais tarde agregaria o nome de Umbanda.


Consciente de sua missão, Caboclo das 7 Encruzilhadas indagou que a Umbanda seria a manifestação de todos os espíritos que tinham consigo uma grande sabedoria e ancestralidade, porém, não lhe eram permitido espaço dentro das religiões existentes. Visto que em outras crenças, o valorizado eram espíritos ditos como mais evoluídos pelo o que foram em terra.



Por que não podem nos visitar humildes trabalhadores do espaço, se apesar de não haverem sido pessoas importantes na Terra, também trazem importantes mensagens do além?



Caboclo da Sete Encruzilhadas


Para tal, o que realmente importava era o trabalho realizado, a caridade, o amor e o respeito ao sagrado. Tanto o caboclo brasileiro como padre católico carregam consigo esta mesma mensagem. O Brasil é um dos países mais miscigenados que existe e sendo assim, a Umbanda surge para possibilitar que essas pluralidades possam ser vividas, ouvidas e ensinadas em terra.


Fonte: https://umbandaead.blog.br/2016/11/14/quando-e-como-surgiu-a-umbanda/

quinta-feira, 6 de outubro de 2016

Coragem e fé que me sustenta!




Coragem e Fé que me sustentam atendem por Umbanda.

É nela que encontro coragem para seguir nos caminhos da vida.

Cada Orixá e cada entidade de trabalho é um incentivo para que eu não esmoreça e enfrente as adversidades da vida.

É em Pai Ogum que encontro determinação e coragem.

É em Pai Oxóssi que encontro o auto conhecimento, o remédio para os males que possam me atingir.

É em Pai Oxalá que encontro paz, acalanto e perdão pelas minhas imperfeições.

É nos Êres que encontro o sorriso e alegria para viver.

É em Exu que encontro a superação (sempre com coragem).

É em Pombagira que encontro palavras para me reerguer sempre que caio.

Eu poderia citar todos os Orixás e todas as entidades, pois cada um tem qualidades e atributos para sustentar todas as pessoas.

Todo umbandista deve enxergar a religião como um religar-se com o Divino.

Nos momentos que mais estamos necessitados, é que precisamos nos religar, e através das Entidades e Orixás, nos religaremos a Deus e encontraremos a paz em nosso ser, um caminho para a coragem.

Não entendo, como algumas pessoas podem dizer que se afastam dos Terreiros que frequentam por estar passando por problemas diversos…

Se afastam dizendo que não vão conseguir incorporar, estão de cabeça quente, desequilibrados emocionalmente, e etc.

Se esquecem que a Umbanda é muito mais que incorporar. É ter coragem para isso!

Quando um médium não está bem, basta avisar aos sacerdotes e estes devem entender que o filho precisa se reequilibrar e deixar as energias que movimentam o terreiro purificar e reequilibrar o filho.

Não consigo entender alguém que se afasta de sua religião para melhorar, pois é Ela que deveria te sustentar em todos os momentos.

Ouso dizer que muitas pessoas devem estar na religião errada, como pode se afastar de sua fé para melhorar?

Não seria sua fé que deveria te sustentar?

Eu confio em minha fé, sou Umbandista em todos os momentos!

A Umbanda me sustenta nos caminhos da vida.



Fonte: http://umbandaeucurto.com/para-sempre-umbanda/2016/umbanda/coragem-fe-sustenta/

quinta-feira, 1 de setembro de 2016

Salve os Erês !!!


As Entidades Espirituais que incorporam em nossos terreiros de Umbanda com o arquétipo infantil e que formam a Linhas das Crianças, Erês ou Ibejada são representantes da alegria, da sinceridade, da inocência e de tudo que é puro, no entanto, essa Linha, e toda sua potência, é pouco conhecida pelos próprios umbandistas que, na maioria das vezes, só as veem como crianças peraltas ou submissas. Consequentemente os trabalhos religiosos com essa Linha ficam cada vez mais distantes dos terreiros ou ainda ligadas somente ao sentido da festa, das guloseimas, da bagunça e da extravagância em todos os sentidos.

Na realidade essas Entidades são Seres Espirituais mestres nos conceitos do Bem e do Puro e muito ajudam para evolução moral dos médiuns ensinando que a única forma de se levar vantagem é sendo puro, como é a criança, também não admitem a mentira nem a maldade. Os filhos de Ogum, como também são conhecidos, têm a presença mais alegre da Umbanda, trazendo sempre renovações e esperança, reforçando a natureza pura e ingênua dos seres humanos. É a linha que mais cativa as pessoas pelo ar inocente que traz na face do médium.

Saiba que é brincando e rindo que efetuam maravilhosos trabalhos de descarga fluídica, aliás, é no sacudir dos braços e pernas que atiram seus fluidos naturais afastando, assim, espíritos de baixa vibração que estejam prejudicando as pessoas. Com esses movimentos também desagregam energias densas enraizadas no corpo astral e áurico que proporcionam doenças no corpo e na alma.

A fala com as ‘Crianças’ é sempre cheia de brincadeiras e de “ingenuidade”, no entanto são profundas, sábias e altamente reveladoras, mesmo porque o que mais estimulam em nós é o autoconhecimento. Além disso, uma das suas maiores capacidades é nos fazer rir e é nesse riso contagiante que “eles” curam nossas amarguras.

As ‘Crianças’ gostam de sentar no chão, junto à terra, fonte de energia transmutadora e curadora, suas preces são cantadas em melodias alegres fazendo referência a Papai e Mamãe do Céu e em mantos sagrados. Seus pontos riscados são curtos e bastante cruzados pela Flecha, Coração, Chave e Raiz … são verdadeiros Magos Naturais. Quem já não ouviu a frase: “O que os Filhos das Trevas fazem, qualquer criança desfaz. O que a criança faz (no sentido do Bem, é claro) ninguém desfaz ou interfere”.

A festa das Crianças na Umbanda, conhecida como Festa de São Cosme, Damião e Doun, tem duração de um mês, iniciando em 27 de setembro (Cosme e Damião) e terminando em 25 de outubro (Crispim e Crispiniano).

Aproveite o dia, a energia, a vibração e todo o entusiasmo dessas maravilhosas Entidades, de uma pausa para pensar, abrir o coração e entenda, embora de forma simples e pura, as profundas e sábias mensagens desses verdadeiros SÁBIOS – Senhores da Pureza Cósmica. Aproveite também e determine algo especial para você. Determine que seu lado infantil e puro sempre influencie suas decisões e seus relacionamentos.

E, se for à uma festa de Cosme e Damião em um Terreiro de Umbanda, aproveite ao maximo a oportunidade e todos os ensinamentos e leve para casa, além dos doces e bolos, o exemplo de alegria dessa encantadora falange de Yori!

Salve as Crianças! Salve os Erês!

Salve Cosme e Damião!

Salve Oni beijada!

YORI: um dos raros termos sagrados que se manteve sem nenhuma alteração. Esse termo, assim como Yorimá, era de pleno conhecimento da pura Raça Vermelha, só se apagando do mental do Ser humano após a catástrofe da Atlântida. Ele ressurgiu através do Movimento Umbandista, em sua mais alta pureza e expressão. Traduzindo este vocábulo através do alfabeto Adâmico, temos: A Potência Divina Manifestando-se; A Potência dos Puros.

BEIJADA: Nome dado no Brasil, às entidades que se apresentam sob a forma de crianças. São, conforme a crença geral, nos cultos afro-brasileiros e na Umbanda, as falanges dos Orixás gêmeos africanos IBEJIS

IBEJI : (ib: “nascer”; eji: “dois”) Orixás gêmeos africanos que correspondem, no sincretismo afro-brasileiro, aos santos católicos Cosme e Damião. Ibeji na nação Keto, ou Vunji nas nações Angola e Congo.

DOIS DOIS: Nome pela qual são designados os santos católicos Crispim e Crispiniano; os santos Cosme e Damião; o Orixá africano IBEJI e a falange das crianças na Umbanda.

ERÊ: Vem do yorubá iré que significa “brincadeira, divertimento”. Existe uma confusão latente entre o Orixá Ibeji e os Erês. É evidente que há uma relação, mas não se trata da mesma entidade. Ibeji, são divindades gêmeas, sendo costumeiramente sincretizadas aos santos gêmeos católicos Cosme e Damião. Erês, Crianças, Ibejada, Dois-Dois, são Guias ou Entidades de caráter infantil que incorporam na Umbanda.

fonte: http://www.minhaumbanda.com.br/blog/?p=2304

segunda-feira, 22 de agosto de 2016

Carma





O Dr. Joaquim Murtinho diz: a saúde do corpo é reflexo da harmonia espiritual. 

Quando nossa alma está tranquila, o nosso corpo está em paz. Mas o que é uma alma em paz?

A mente aflita emite raios de energia desordenada, lançados como dardos de consequências deploráveis e nocivos para as funções orgânicas. Mas o que é uma mente aflita? Possuímos uma mente aflita?

Todos os sentimentos que nos ponham em desarmonia com o ambiente, causam desequilíbrio e nos colocam em rota de colisão com o ambiente em que estamos vivendo, gerando emoções que desorganizam as colônias celulares do nosso organismo e também o tecido sutil da alma, agravando nosso estado psicológico.

Assim notamos um aumento súbito de crianças com mais problemas de saúde.

Conforme estatísticas do conselho de medicina, o Brasil é um dos maiores consumidores de antidepressivos.

60% de licenças médicas entre os juízes de direito são psiquiátricas. A maioria dos médicos de pronto socorro, sobretudo UTI, sofre de depressão ou adquirem algum vício, principalmente o alcoolismo, devido ao fato de lidarem constantemente com a morte. 

Estamos cada vez mais doentes, tomando mais remédios. Existe uma lei divina regendo nossos destinos. Toda vez que provocamos sofrimento em nosso semelhante, geramos para nós e assim perdemos a nossa liberdade, pois estamos sujeitos à lei de causa e efeito (carma) que é uma lei limitadora da liberdade. Ex: se abusarmos do álcool e da alimentação sobrecarregando o fígado e estômago, em outra encarnação, teremos problemas no fígado e no estômago, evitando assim, a recaída nos abusos dessa ordem, pois a doença é um limitador.

Quem abusa dos sentimentos alheios, na encarnação seguinte, terá problemas de relacionamento (perda da liberdade).

Os sentimentos da raiva, revolta, tristeza, etc., se não forem combatidos, geram a falta de fé, descrença em Deus, mais tensão nervosa que se reflete muitas vezes em doenças desconhecidas.

Nossa revolta e inaptidão em família e perante a vida gera sentimentos ocultos, energias poderosas que afetam o processo de renovação e multiplicação das células no corpo físico.

O sentimento de ingratidão gera em torno de nós, um magnetismo que afeta nossos relacionamentos. Ninguém gosta da pessoa ingrata, pois ela não emite bons sentimentos. Quando nosso coração vibra em gratidão, alimentamos o sentimento de resignação, brota em nós uma luz irresistível.

Paciência, bondade, amor, são contagiantes e alteram todo o ambiente, incluindo o corpo.

Alergias, sinusite, rinite, etc., são energias materializadas como doenças, onde os remédios vão tratar os efeitos e não a causa. As alergias são frutos da inadaptação ao ambiente reencarnatório.

Processos doentios são advindos da obsessão, porque a mente enferma atrai outras mentes enfermas. As mentes sadias atraem outras mentes sadias.

A mente atrai; porém o nosso sistema nervoso não suporta a sobrecarga de companhias espirituais em desalinho, assim temos os casos de síndrome do pânico, depressões, tristezas, alergias e muito mais. Isto, porque todos os processos enfermiços da mente, cedo ou tarde, se refletirão no corpo físico como doenças. Os antibióticos, anti-inflamatórios, analgésicos e a medicina humana, que é uma dádiva de Deus, atuam nos efeitos e não nas causas (pois estão nos sentimentos). 

Quanto mais erramos, mais adoecemos, o que leva milhões a se algemarem a preocupações desnecessárias e perda de tempo evolutivo, porque não há educação do espírito.

Adoecemos algumas vezes por improvidência e excessos de todo tipo.

Sempre nos referimos a Jesus como médico da alma, porque estudar o Evangelho com alma deixando que Ele verdadeiramente penetre o nosso coração, ele (o Evangelho) se torna uma universidade do sentimento, penetra no coração como o sol e faz com que nos ajoelhemos em sinal de respeito e gratidão a Deus.

terça-feira, 16 de agosto de 2016

Obaluayê




Obaluayê é a Divindade que está assentada na Linha da Evolução na Umbanda. Representa e irradia a Vibração Divina que promove a Evolução contínua de todos os seres e elementos da Criação. Pai Obaluayê irradia o tempo todo sagradas energias que nos fazem dar um passo à frente, inclusive transmutando ou modificando de forma positiva todo e qualquer sentimento, pensamento ou energia contrária à nossa evolução. Essa atuação se dá por meio da luz violeta, essencialmente transmutadora, a freqüência mais alta de todas as cores do arco-íris.

Muito associam Obaluayê apenas à idéia do Orixá Curador, “o Médico Sagrado da Umbanda”, que Ele realmente é. Mas Obaluayê representa mais que isto: Ele é o Senhor das Passagens de um plano para outro, de uma dimensão para outra, de um estado ou condição para outra, e mesmo do espírito para a carne e vice-versa, pois atua diretamente no processo reencarnatório. É um Trono Divino que cuida da Evolução dos seres, das criaturas e das espécies, por meio da irradiação dos Fatores Transmutador e Evolucionista.

Transmutar significa transformar o negativo em positivo. Já o seu Fator Evolucionista ou Evolutivo tem por função criar as condições necessárias para a evolução dos seres. Obaluayê nos dá sustentação energética Divina para que alcancemos o próximo passo do caminho evolutivo, para a subida dos degraus do caminho da Evolução. Ele nos encaminha para dar o passo à frente e deixar para trás o que não serve mais para a nossa vida, despertando em nosso íntimo o desapego, a perseverança, a humildade, a paciência, a sabedoria adquirida com a experiência.


Irradiação: Transmutação e Evolução
Campo de atuação: Transformação e Evolução dos seres
Elementos: Terra e Água
Cores: Violeta (também o branco, o prateado e o bicolor branco/preto)
Data comemorativa: 16 de agosto
Dia da semana: Segunda-feira
Sincretismo: São Roque

Características dos Filhos de Obaluayê


Em geral, cordiais, falantes, criativos, elegantes e generosos. Apreciam a boa mesa, as bebidas suaves, as festas, as roupas elegantes, as viagens e reuniões animadas e companhias interessantes. Gostam de ser o centro das atenções. Não apreciam a monotonia, o silêncio, a solidão, as companhias tolas ou inconsequentes e o trabalho repetitivo ou em ambientes fechados.

Os Filhos de Obaluayê são pessoas com semblante sério, com raros momentos de descontração. Adoram fazer caridade e aliviar o sofrimento das pessoas e são capazes de abstrair de seus próprios interesses e necessidades em favor dos outros. Por isso, têm muita afinidade com profissões ligadas à área da saúde.

Geralmente apaixonam-se por pessoas totalmente diferentes de si próprias, geralmente mais extrovertidas. Tambémnão são de levar desaforos para casa e nem de falar pelas costas. A solidão é muito peculiar a essas pessoas devido à sua própria personalidade.

São pessoas firmes e decididas, que lutam para conseguir seus objetivos. Independentes, têm a necessidade de crescer por suas próprias forças e recursos.

terça-feira, 26 de julho de 2016

Nanã

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A mais velha divindade do panteão, associada às águas paradas, à lama dos pântanos, ao lodo do fundo dos rios e dos mares. O único Orixá que não reconheceu a soberania de Ogum por ser o dono dos metais. É tanto reverenciada como sendo a divindade da vida, como da morte. Seu símbolo é o Íbíri - um feixe de ramos de folha de palmeira  com a ponta curvada e enfeitado com búzios. 
Nana é a chuva e a garoa. O banho de chuva é uma lavagem do corpo no seu elemento, uma limpeza de grande força, uma homenagem a este grande orixá. 
Nanã Buruquê representa a junção daquilo que foi criado por Deus. Ela é o ponto de contato da terra com as águas, a separação entre o que já existia, a água da terra por mando de Deus, sendo portanto também sua criação simultânea a da criação do mundo.

  1. Com a junção da água e a terra surgiu o Barro.
  2. O Barro com o Sopro Divino representa Movimento.
  3. O Movimento adquire Estrutura.
  4. Movimento e Estrutura surgiu a criação, O Homem.
Portanto, para alguns, Nanã é a Divindade Suprema que junto com Zambi fez parte da criação, sendo ela responsável pelo elemento Barro, que deu forma ao primeiro homem e de todos os seres viventes da terra, e da continuação da existência humana e também da morte, passando por uma transmutação para que se transforme continuamente e nada se perca. 
Esta é uma figura muito controvertida do panteão africano. Ora perigosa e vingativa, ora praticamente desprovida de seus maiores poderes, relegada a um segundo plano amargo e sofrido, principalmente ressentido. 
Nanã não tolera traição, indiscrição, nem roubo. Por ser Orixá muito discreto e gostar de se esconder, suas filhas podem ter um caráter completamente diferente do dela. Por exemplo, ninguém desconfiará que uma dengosa e vaidosa aparente filha de Oxum seria uma filha de Nanã "escondida". 
Nanã faz o caminho inverso da mãe da água doce. É ela quem reconduz ao terreno do astral, as almas dos que Oxum colocou no mundo real. É a deusa do reino da morte, sua guardiã, quem possibilita o acesso a esse território do desconhecido. 
A senhora do reino da morte é, como elemento, a terra fofa, que recebe os cadáveres, os acalenta e esquenta, numa repetição do ventre, da vida intra-uterina. É, por isso, cercada de muitos mistérios no culto e tratada pelos praticantes da Umbanda e do Candomblé, com menos familiaridade que os Orixás mais extrovertidos como Ogum e Xangô, por exemplo. 
Muitos são portanto os mistérios que Nanã esconde, pois nela entram os mortos e através dela são modificados para poderem nascer novamente. Só através da morte é que poderá acontecer para cada um a nova encarnação, para novo nascimento, a vivência de um novo destino – e a responsável por esse período é justamente Nanã. Ela é considerada pelas comunidades da Umbanda e do Candomblé, como uma figura austera, justiceira e absolutamente incapaz de uma brincadeira ou então de alguma forma de explosão emocional. Por isso está sempre presente como testemunha fidedigna das lendas. Jurar por Nanã, por parte de alguém do culto, implica um compromisso muito sério e inquebrantável, pois o Orixá exige de seus filhos-de-santo e de quem a invoca em geral sempre a mesma relação austera que mantém com o mundo. 
Nanã forma par com Obaluaiê. E enquanto ela atua na decantação emocional e no adormecimento do espírito que irá encarnar, ele atua na passagem do plano espiritual para o material (encarnação), o envolve em uma irradiação especial, que reduz o corpo energético ao tamanho do feto já formado dentro do útero materno onde está sendo gerado, ao qual já está ligado desde que ocorreu a fecundação.
Este mistério divino que reduz o espírito, é regido por nosso amado pai Obaluaiê, que é o "Senhor das Passagens" de um plano para outro.
Já nossa amada mãe Nanã, envolve o espírito que irá reencarnar em uma irradiação única, que dilui todos os acúmulos energéticos, assim como adormece sua memória, preparando-o para uma nova vida na carne, onde não se lembrará de nada do que já vivenciou. É por isso que Nanã é associada à senilidade, à velhice, que é quando a pessoa começa a se esquecer de muitas coisas que vivenciou na sua vida carnal.
Portanto, um dos campos de atuação de Nanã é a "memória" dos seres. E, se Oxóssi aguça o raciocínio, ela adormece os conhecimentos do espírito para que eles não interfiram com o destino traçado para toda uma encarnação.
Em outra linha da vida, ela é encontrada na menopausa. No inicio desta linha está Oxum estimulando a sexualidade feminina; no meio está Yemanjá, estimulando a maternidade; e no fim está Nanã, paralisando tanto a sexualidade quanto a geração de filhos.
Esta grande Orixá, mãe e avó, é protetora dos homens e criaturas idosas, padroeira da família, tem o domínio sobre as enchentes, as chuvas, bem como o lodo produzido por essas águas.
Quando dança no Candomblé, ela faz com os braços como se estivesse embalando uma criança. Sua festa é realizada próximo do dia de Santana, e a cerimônia se chama Dança dos Pratos.


Origem

Nanã, é um Orixá feminino de origem daomeana, que foi incorporado há séculos pela mitologia iorubá, quando o povo nagô conquistou o povo do Daomé (atual Republica do Benin) , assimilando sua cultura e incorporando alguns Orixás dos dominados à sua mitologia já estabelecida.
Resumindo esse processo cultural, Oxalá (mito ioruba ou nagô) continua sendo o pai e quase todos os Orixás. Iemanjá (mito igualmente ioruba) é a mãe de seus filhos (nagô) e Nanã (mito jeje) assume a figura de mãe dos filhos daomeanos, nunca se questionando a paternidade de Oxalá sobre estes também, paternidade essa que não é original da criação das primeiras lendas do Daomé, onde Oxalá obviamente não existia. Os mitos daomeanos eram mais antigos que os nagôs (vinham de uma cultura ancestral que se mostra anterior à descoberta do fogo). Tentou-se, então, acertar essa cronologia com a colocação de Nanã e o nascimento de seus filhos, como fatos anteriores ao encontro de Oxalá e Iemanjá. 
É neste contexto, a primeira esposa de Oxalá, tendo com ele três filhos: Iroco (ou Tempo), Omolu (ou Obaluaiê) e Oxumarê.

Características
CorRoxa ou Lilás (Em algumas casas: branco e o azul)
Fio de ContasContas, firmas e miçangas de cristal lilás.
ErvasManjericão Roxo, Colônia, Ipê Roxo, Folha da Quaresma, Erva de Passarinho, Dama da Noite, Canela de velho, Salsa da Praia, Manacá. (Em algumas casas:  assa peixe, cipreste, erva macaé, dália vermelho escura, folha de berinjela, folha de limoeiro, manacá, rosa vermelho escura, tradescância)
SímboloChuva.
Pontos da NaturezaLagos, águas profundas, lama, cemitérios, pântanos.
FloresTodas as flores roxas.
EssênciasLírio, Orquídea, limão, narciso, dália.
PedrasAmetista, cacoxenita, tanzanita
MetalLatão ou Níquel
SaúdeDor de cabeça e Problemas Intestino
PlanetaLua e Mercúrio
Dia da SemanaSábado (Em algumas casas: Segunda)
ElementoÁgua
ChakraFrontal e Cervical
SaudaçãoSaluba Nanã
BebidaChampanhe
AnimaisCabra, Galinha ou Pata. (Brancas)
ComidasFeijão Preto com Purê de Batata doce. Aberum. Mungunzá
Numero13
Data Comemorativa26 de julho
Sincretismo:Nossa Senhora Santana
Incompatibilidades:Lâminas, multidões.
Qualidades:Ologbo, Borokun, Biodun, Asainán, Elegbe, Susure




Atribuições



A orixá Nanã rege sobre a maturidade e seu campo preferencial de atuação é o racional dos seres. Atua decantando os seres emocionados e preparando-os para uma nova "vida", já mais equilibrada .

  

As Características Dos Filhos De Nanã

Uma pessoa que tenha Nanã como Orixá de cabeça, pode levar em conta principalmente a figura da avó: carinhosa às vezes até em excesso, levando o conceito de mãe ao exagero, mas também ranzinza, preocupada com detalhes, com forte tendência a sair censurando os outros. Não tem muito senso de humor, o que a faz valorizar demais pequenos incidentes e transformar pequenos problemas em grandes dramas. Ao mesmo tempo, tem uma grande capacidade de compreensão do ser humano, como se fosse muito mais velha do que sua própria existência. Por causa desse fator, o perdão aos que erram e o consolo para quem está sofrendo é uma habilidade natural. Nanã, através de seus filhos-de-santo, vive voltada para a comunidade, sempre tentando realizar as vontades e necessidades dos outros. 
Às vezes porém, exige atenção e respeito que julga devido mas não obtido dos que a cercam. Não consegue entender como as pessoas cometem certos enganos triviais, como optam por certas saídas que para um filho de Nanã são evidentemente inadequadas. É o tipo de pessoa que não consegue compreender direito as opiniões alheias, nem aceitar que nem todos pensem da mesma forma que ela. 
Suas reações bem equilibradas e a pertinência das decisões, mantém-nas sempre no caminho da sabedoria e da justiça.
Todos esses dados indicam também serem os filhos de Nanã, um pouco mais conservadores que o restante da sociedade, desejarem a volta de situações do passado, modos de vida que já se foram. Querem um mundo previsível, estável ou até voltando para trás: são aqueles que reclamam das viagens espaciais, dos novos costumes, da nova moralidade, etc. 
Quanto à dados físicos, são pessoas que envelhecem rapidamente, aparentando mais idade do que realmente têm. 
Os filhos de Nanã são calmos e benevolentes, agindo sempre com dignidade e gentileza. São pessoas lentas no exercício de seus afazeres, julgando haver tempo para tudo, como se o dia fosse durar uma eternidade. Muito afeiçoadas às crianças, educam-nas com ternura e excesso de mansidão, possuindo tendência a se comportar com a indulgência das avós. Suas reações bem equilibradas e a pertinência de suas decisões mantêm-nas sempre no caminho da sabedoria e da justiça, com segurança e majestade.
O tipo psicológico dos filhos de NANÃ à introvertido e calmo. Seu temperamento é severo e austero. Rabugento, é mais temido do que amado. Pouco feminina, não tem maiores atrativos e à muito afastada da sexualidade. Por medo de amar e de ser abandonada e sofrer, ela dedica sua vida ao trabalho, à vocação, à ambição social.



Lendas de Nanã
Como Nanã Ajudou na Criação do Homem
Dizem que quando Olorum encarregou Oxalá de fazer o mundo e modelar o ser humano, o Orixá tentou vários caminhos. Tentou fazer o homem de ar, como ele. Não deu certo, pois o homem logo se desvaneceu. Tentou fazer de pau, mas a criatura ficou dura. De pedra, mas ainda a tentativa foi pior. Fez de fogo e o homem se consumiu. Tentou azeite, água e até vinho de palma, e nada. Foi então que Nanã veio em seu socorro e deu a Oxalá a lama, o barro do fundo da lagoa onde morava ela, a lama sob as águas, que é Nanã. Oxalá criou o homem, o modelou no barro. Com o sopro de Olorum ele caminhou. Com a ajuda dos Orixá povoou a Terra. Mas tem um dia que o homem tem que morrer. O seu corpo tem que voltar à terra, voltar à natureza de Nanã. Nanã deu a matéria no começo mas quer de volta no final tudo o que é seu.





sexta-feira, 15 de julho de 2016

Os Baianos na Umbanda

De um modo geral, os baianos são tidos como pessoas alegres e teimosas em afirmar sua identidade cultural. Os baianos da Umbanda, entretanto, pouco presentes na literatura científica, são guias que mesclam características da direita e da esquerda, nas giras ele se apresenta com forte traço regionalista, principalmente em seu modo de falar cantado, diferente, eles são “do tipo que não levam desaforo pra casa”, possuem uma capacidade de ouvir e aconselhar, conversando bastante, falando baixo e mansamente, são carinhosos e passam segurança ao consulente que tem fé.

Os baianos, trabalhadores da Umbanda, pertencem à chamada Linha das Almas, a mesma dos Pretos Velhos. É uma linha que traz uma mensagem de conforto, por estar mais próxima do nosso tempo. São os Espíritos responsáveis pela “esperteza” do homem em sua jornada terrena. No desenvolvimento de suas giras, os baianos trazem como mensagem a forma e o saber lidar com as adversidades de nosso dia-a-dia, com a alegria, a flexibilidade, a magia e a brincadeira sadia.

A Umbanda caracterizou-se por cultuar figuras nacionais associadas à natureza, à marginalidade, à condição subalterna em relação ao padrão branco ocidental. O nordestino é o “subalterno” da metrópole, o tipo social “inferior” e “atrasado”, e por isso é ridicularizado, mas também de admiração, pois igualmente representa aquele que resiste firmemente diante das adversidades.


O Baiano representa a força do fragilizado, o que sofreu e aprendeu na "escola da vida" e, portanto, pode ajudar as pessoas. O reconhecido caráter de bravura e irreverência do nordestino migrante parece ser responsável pelo fato de os baianos terem se tornado uma entidade de grande frequência e importância nas giras paulistas e de todo o país, nos últimos anos.

Muitos dos baianos são descendentes de escravos que trabalharam no canavial e no engenho. Os baianos têm um conhecimento muito grande das ervas e do axé. Falam com sotaque arrastado, igual ao povo que ainda mora na Bahia.

A Linha dos Baianos é formada por Espíritos alegres, brincalhões e descontraídos. Gostam muito de desmanchar demandas. São conselheiros e orientadores e gostam muito dos rituais em que trabalham, girando e dançando com passos próprios.

A gira de Baianos nada mais é do que a alegria de um povo que foi e é sofrido, mas que não perde a esperança por possuir uma fé inabalável e uma experiência em lidar com problemas que fazem os nossos parecerem brincadeira. Agradecem às festas que lhe são oferecidas; bebem batidas de coco e comem comidas típicas da cozinha baiana.

O Povo Baiano vem trazer sua energia positiva, portanto sua gira é sempre muito animada. São Entidades que têm muito a nos ensinar, sempre com uma resposta certeira e rápida para nossas questões. Com seus cocos, azeite de dendê, comidas e cantigas típicas da região, realizam trabalhos em prol da evolução espiritual de todos. Por terem vivido em épocas mais recentes, são Espíritos mais próximos de nós. Estamos sempre aprendendo com os Baianos, com a sua força de viver frente aos problemas e situações cotidianas e o amparo ao próximo, transformando a tristeza em alegria e esperança.

Durante as giras sempre dão demonstrações de intensa alegria, apresentando fortes traços regionais, usando chapéus de couro ou palha, lembrando os Cangaceiros. Com seu jeito valente, não levam desaforo para casa. Por outro lado, possuem também características de pacientes, e todos gostam de ouvir seus conselhos. Costumam ser também carinhosos, e passam sempre segurança.

É comum presenciarmos estas magníficas entidades desviarem assuntos relacionados a trabalho, dinheiro, ou qualquer outro problema para perguntar sobre as coisas do coração. Impressiona como normalmente estes problemas existiam e era o que realmente estava atrapalhando. Sanado estes problemas de relacionamento, os demais acabam como que por mágica.

Dependendo da forma de trabalho do chefe da casa e de seus médiuns, diferenças de comportamento podem ser observadas, em alguns lugares, os baianos se apresentam com características mais duras, em que parecem ser mais briguentos e falam muito alto, em outros, sua incorporação é mais mansa e a Entidade manipula essências aromáticas, ervas, flores e velas coloridas. Apesar das diferenças, todos têm em comum a popularidade. São muito queridos e fazem sucesso em realidades sociais distintas. Desprendida, sem complicações, um alto astral e uma vontade imensa de resolver as "coisas do coração", verdadeiro obstáculo do ser humano. Porque é nas coisas do coração que se encontram as soluções para todos os outros problemas.

Os Baianos apresentam um comportamento comedido, não xingam, nem provocam ninguém, não sendo enfim zombeteiros. Os trabalhos com a corrente dos Baianos, nos trás muita paz, nos passando perseverança, para vencermos as dificuldades de nossa jornada terrena. Como encarar a vida e seus problemas com entusiasmo e alegria? Pergunte a uma Entidade da Gira de Baianos. Sem a menor dúvida, a gira mais festiva e alegre da Umbanda.


Características dos Baianos na Umbanda:

Comidas: Coco, cocada, farofa com carne seca etc.

Bebidas: Água de coco, cachaça, batida de coco etc.

Fumam: Cigarro de palha, fumo de rolo etc.

Trabalham: Desmanchando trabalhos de magia negra, dando passes, etc,. São portadores de fortes orações e rezas. Alguns trabalham benzendo com água e dendê.

Cor: laranja ou qual for definida pela entidade

Apresentação: Usam chapéu de palha ou de couro e falam com sotaque característico nordestino. Geralmente usam roupas de couro.

Nomes De Alguns Baianos: Severino, Zé Do Coco, Sete Ponteiros, Zé Baiano, Zé Do Berimbau, Maria Do Alto Do Morro, Zé Do Trilho Verde, Maria Bonita, Gentilero, Maria Do Balaio, Maria Baiana, Maria Dos Remédios, Zé Do Prado, Chiquinho Cangaceiro, Zé Pelintra (que trabalham também na Linha de Jurema, Linha de Malandros e Pretos Velhos).


É da Bahia, Meu Pai!

terça-feira, 12 de julho de 2016

Isto não é Umbanda!





Muitas vezes, quem chega em um Templo de Umbanda pela primeira vez vem cheio de receio, cheio de medo, temeroso de que esteja fazendo algo errado ou que alguém naquele ambiente possa prejudicá-lo.

As pessoas ouvem as histórias mais absurdas sobre a Umbanda e não é por acaso, eu também já ouvi histórias absurdas de casos acontecidos dentro de um local que se identifica como Terreiro de Umbanda. São histórias de abuso, de assédio, de constrangimento, de exposição ao ridículo, de calúnia, difamação, mentiras, fofocas, inveja, e toda sorte de ego, vaidade e outros desequilíbrios que assolam o ser humano. Não poucas vezes ouvimos casos de dirigentes que usam do Templo, de um suposto trabalho espiritual, para se aproveitar das pessoas que chegam pedindo ajuda, socorro, amparo espiritual e cura. Por conhecer muita gente, receber muita gente, acabo ouvindo muita coisa. Já ouvi até histórias de estelionato, e não foram uma, nem duas e, sim, muitas.É muito triste, quase que semanalmente, ouvirmos novas histórias de pessoas que procuraram um Templo de Umbanda e foram mal recebidas, mal tratadas e até prejudicadas.

Para todos os casos de abuso, assédio, estelionato e outros crimes, eu recomendo sempre que procure a Polícia para fazer um Boletim de Ocorrência, para registrar o crime e, se for o caso, tomar as providências cabíveis.

Muitas vezes, as pessoas são coagidas a se manterem frequentando um certo local dito religioso com a ameaça de que, se sair daquele local, tudo de ruim vai acontecer em sua vida. E algumas vezes os médiuns de uma corrente assistem aquele que deveria ser seu Pai ou sua Mãe Espiritual falando mal de quem pediu para se afastar dos trabalhos espirituais e, quando não, todos testemunham o infeliz (ou a infeliz) fazer trabalhos negativos para prejudicar aqueles que apenas escolheram não fazer parte de sua corrente mediúnica. Isto não é Umbanda!

Estas pessoas, que foram prejudicadas, saem falando mal de tudo isso e com razão! A única coisa que nos entristece é que tudo isso em nada tem a ver com a Umbanda e, sim, com o despreparo de algumas pessoas que estão em nosso meio (e não são poucas).

Sofremos muitos tipos de discriminação, como, por exemplo, das novas religiões que pregam serem as únicas eleitas e que nós trabalhamos com demônios. Mas o pior preconceito é daquele que passou por um local que lhe prejudicou, usando o nome da Umbanda. Pessoas que se apaixonaram pelo Preto Velho, que se encantaram com as Crianças, que se fortaleceram com os Caboclos e que, no mesmo lugar onde conheceram estas entidades, foram prejudicadas pelo desequilíbrio de um dirigente que deveria estar ali para ajudar e orientar. Como explicar que isto não é Umbanda?

Isto se torna um trauma na vida da pessoa e aqui vale a afirmação que diz: “Gato escaldado tem medo de agua fria”. É assim para todos nós. São milhares de mães, pais, maridos e mulheres que temem pela integridade de seus parentes e amigos quando ouvem que eles estão frequentando a Umbanda. Temem que eles passem pela mesma dor, que eles sintam o mesmo medo e que vivam com esta marca ou esta “vergonha” de ter participado de algo que não era bom e não fazia o bem. E que foram, sim, enganados com relação à Umbanda!

Existe, sim, muito Umbandista, ou melhor, pessoas que se dizem Umbandistas e que usam da Umbanda para SATISFAZEREM SEUS DESEQUILÍBRIOS. Isto não é Umbanda!

É muito triste, porque, em torno, sempre tem muita gente bem intencionada, gente que gosta da Umbanda, gente que quer fazer algo pelo próximo, gente que está ali acreditando na caridade, gente que está sendo enganada! Isto não é Umbanda!

Se você frequenta um local destes, não tenha medo, se afaste! Se for preciso, dê uma desculpa e suma! Tem medo? Então não desista da Umbanda, a Umbanda não tem culpa destes desequilíbrios e destes despreparos!

Umbanda é religião e faz única e exclusivamente o BEM! Umbanda não é para o nosso ego e nem para a nossa vaidade! Umbanda é para destruir nosso ego, nossa vaidade e nos ajudar a nos reequilibrarmos na vida!

Procure um outro Templo onde você seja bem acolhido ou bem acolhida!

Procure um Templo onde exista AMOR! Procure um Templo onde as pessoas se respeitam! Procure um Templo onde o encontro espiritual seja mais importante que o encontro social! Encontre um Templo que ensine, que estude, que esclareça, que ampare, que oriente, que ajude, que não espere nada em troca, além de seu respeito pelo que é sagrado!

Isto é Umbanda! A Umbanda é Sagrada! A Umbanda é Religião e Espiritualidade! A Umbanda é Fé e Caridade! A Umbanda é Amor e Alegria! A Umbanda é Conhecimento e Sabedoria! A Umbanda é Justiça e Equilíbrio! A Umbanda é Lei e Ordem! A Umbanda é Evolução e Crescimento! A Umbanda é Vida para nossas Vidas! Isto é Umbanda!

Procure e você encontrará!

Por: http://umbandaeucurto.com/alexandre-cumino/2014/umbanda/isto-nao-e-umbanda/

sexta-feira, 8 de julho de 2016

Gira de Exu não é “Casa da Mãe Joana”






Quando comecei a frequentar um Terreiro de Umbanda, não posso negar que encarava a Linha dos Exus e Pombagiras com alguma desconfiança e até receio. As imagens com chifres, capas negras e até nudez, os altares com bebidas alcóolicas e charutos e tudo aquilo que ouvimos por aí é muito marcante e causa-nos uma ideia inicial pouco positiva. Foi assim comigo e sei que é assim com muita gente.

Antes da minha primeira Gira de Exu eu estava bastante ansiosa, sem saber direito o que esperar. Será que as entidades incorporadas seriam assustadoras como as imagens? Será que fariam trabalhos de amarração e de magia negativa? Será que nessas Giras incentivam a vingança e outras posturas imorais? Eram essas e muitas perguntas que me passavam pela mente.

Passando pela primeira Gira de Exu e por outras Giras posteriormente, percebi que os mitos que as pessoas criam por aí são absurdamente falsos. Vamos a eles (os mitos):

1 – Exus não são “demônios”. Sendo entidades de Umbanda, obviamente os Exus e Pombagiras são entidades que trabalham apenas para o bem e não sustentam trabalhos de magia negativa. O trabalho dos Exus consiste em aplicar a Lei Divina, ajudando a trazer para as nossas vidas as consequências daquilo que praticamos, seja para o bem ou para o mal. Os Exus não se vingam, não “aprontam”, não colocam o mal no caminho de ninguém; ajudam-nos a colher aquilo que plantamos, tanto para aprendermos com as experiências negativas como para crescermos com as nossas virtudes. 

2 – O uso da bebida e do fumo não é para diversão. Já ouvi muitas vezes que os Exus e Pombagiras, quando incorporados, pedem sempre bebidas e fumo para sentirem os prazeres da vida carnal, dos quais sentem saudades. Mas isto não é bem assim: apesar de terem vivido encarnações na Terra, como nós, e de estarem próximos da nossa faixa vibratória, os Exus são espíritos certamente mais evoluídos do que nós que estamos aqui, agora, e por isso são nossos Guias espirituais, sendo que já não estão presos a estes “prazeres carnais”. O uso da bebida e do fumo nas Giras e nas oferendas visa possibilitar que os Exus manipulem a energia mais densa contida nestas substâncias para realizar o seu trabalho de limpeza, neutralização ou corte de magias negativas nos consulentes. 

3 – Gira de Exu não é “Casa da Mãe Joana”. As Giras de Esquerda podem sim ser mais descontraídas, pelo tipo de roupa que se usa, pela linguagem e risada dos Exus e Pombagiras e pelo uso, às vezes mais intenso, de bebidas alcóolicas. Por conta disso, vejo muitos umbandistas acharem que nestas Giras pode tudo, desde beber e fumar enquanto supostamente faz a sustentação energética dos trabalhos, até falar palavrão, dançar durante os Pontos como se estivessem numa discoteca e usar roupas exageradas ou vulgares. Estes comportamentos não são aceitáveis em outras Linhas de trabalho; por que, então, achar que o são nas Giras de Exu? O trabalho realizado nas Giras de Exu é tão sério como o que é realizado numa Gira de Caboclo, de Pretos Velhos ou qualquer outra Linha, e deve ser realizado com respeito, concentração e dedicação. Se não houver atenção a isto, há grande hipótese de as entidades presentes não serem verdadeiramente Exus e Pombagiras, mas sim espíritos zombeteiros que quererão, estes sim, aproveitar o fumo, o álcool e a energia de baixa vibração manifestada pelos médiuns e consulentes. 

Cabe a nós, umbandistas, procurar informação correta e ajudar a derrubar estes mitos que criam sobre os Exus. Faça a sua parte!


Laroyê!


Por: http://umbandaeucurto.com/umbanda-na-europa/2015/magia/gira-de-exu-nao-e-festa-da-mae-joana/

quarta-feira, 29 de junho de 2016

Os Boiadeiros na Umbanda





São espíritos de pessoas, que em vida trabalharam com o gado, em fazendas por todo o Brasil, estas entidades trabalham da mesma forma que os Caboclos nas sessões de Umbanda.

Usam de canções antigas, que expressam o trabalho com o gado e a vida simples das fazendas, nos ensinando a força que o trabalho tem e passando, como ensinamento, que o principal elemento da sua magia é a força de vontade, fazendo assim que consigamos uma vida melhor e farta.

Nos seus trabalhos usam de velas, pontos riscados e rezas fortes para todos os fins.

O Caboclo Boiadeiro traz o seu sangue quente do sertão, e o cheiro de carne queimada pelo sol das grandes caminhadas sempre tocando seu berrante para guiar o seu gado.

Normalmente, eles fazem duas festas por ano, uma no inicio e outra no meio do ano. Eles são logo reconhecidos pela forma diferente de dançar, tem uma coreografia intricada de passos rápidos e ágeis, que mais parece um dançarino mímico, lidando bravamente com os bois.

Seu dia é quinta feira, gosta de bebida forte como por exemplo cachaça com mel de abelha, que eles chamam de meladinha, mas também bebem vinho. Fumam cigarro, cigarro de palha e charutos. Seu prato preferido é carne de boi com feijão tropeiro, feito com feijão de corda ou feijão cavalo. Boiadeiro também gosta muito de abóbora com farofa de torresmo. Em oferendas é sempre bom colocar um pedaço de fumo de rolo e cigarro de palha.

No Terreiro os Boiadeiros vêm "descendo em seus aparelhos" como estivessem laçando seu gado, dançando, bradando, enfim, criando seu ambiente de trabalho e vibração.

Com seus chicotes e laços vão quebrando as energias negativas e descarregando os médiuns, o terreiro e as pessoas da assistência.Os fortalecendo dentro da mediunidade, abrindo as portas para a entrada dos outros guias e tornando-se grandes protetores, assim como os Exus.

Quando o médium é mulher, freqüentemente, a entidade pede para que seja colocado um pano de cor, bem apertado, cobrindo o formato os seios. Estes panos acabam, por vezes, como um identificador da entidade, e até da sua linha mais forte de atuação, pela sua cor ou composição de cores.

Alguns usam chapéus de boiadeiro, laços, jalecos de couro, calças de bombachas, e tem alguns, que até tocam berrantes em seus trabalhos.

Nomes de alguns boiadeiros: Boiadeiro da Jurema, Boiadeiro do Lajedo, Boiadeiro do Rio, Carreiro, Boiadeiro do Ingá, Boiadeiro Navizala, Boiadeiro José, Boiadeiro de Imbaúba, João Boiadeiro, Boiadeiro Chapéu de Couro, Boiadeiro Juremá, Zé Mineiro, Boiadeiro do Chapadão, etc.

Sua saudação: “Jetruá Boiadeiro”, “Xetro Marrumbaxêtro”

Os Boiadeiros são entidades que representam a natureza desbravadora, romântica, simples e persistente do homem do sertão, "o caboclo sertanejo". São os Vaqueiros, Boiadeiros, Laçadores, Peões, Tocadores de Viola. O mestiço Brasileiro, filho de branco com índio, índio com negro e assim vai.

Os Boiadeiros representam a própria essência da miscigenação do povo brasileiro: nossos costumes, crendices, superstições e fé.


Ao amanhecer o dia, o Boiadeiro arrumava seu cavalo e levava seu gado para o pasto, somente voltava com o cair da tarde, trazendo o gado de volta para o curral. Nas caminhadas tocava seu berrante e sua viola cantando sempre uma modinha para sua amada, que ficava na janela do sobrado, pois os grandes donos das fazendas não permitiam a mistura de empregados com a patroa.


É tal e qual se poderia presenciar do homem rude do campo. Durante o dia debaixo do calor intenso do sol ele segue, tocando a boiada, marcando seu gados e território. À noite ao voltar para casa, o churrasco com os amigos e a família, um bom papo, ponteado por um gole de aguardente e um bom palheiro, e nas festas muita alegria, nas danças e comemorações.


Sofreram preconceitos, como os "sem raça", sem definição de sua origem. Ganhando a terra do sertão com seu trabalho e luta, mas respeitando a natureza e aprendendo, um pouco com o índio: suas ervas, plantas e curas; e um pouco do negro: seus Orixás, mirongas e feitiços; e um pouco do branco: sua religião (posteriormente misturada com a do índio e a do negro) e sua língua, entre outras coisas.


Dá mesma maneira que os Pretos-Velhos representam a humildade, os Boiadeiros representam a força de vontade, a liberdade e a determinação que existe no homem do campo e a sua necessidade de conviver com a natureza e os animais, sempre de maneira simples, mas com uma força e fé muito grande.


O caboclo boiadeiro está ligado com a imagem do peão boiadeiro - habilidoso, valente e de muita força física. Vem sempre gritando e agitando os braços como se possuísse na mão, um laço para laçar um novilho. Sua dança simboliza o peão sobre o cavalo a andar nas pastagens.


Enquanto os "caboclos índios" são quase sempre sisudos e de poucas palavras, é possível encontrar alguns boiadeiros sorridentes e conversadores.


Os Boiadeiros vêm dentro da linha de Oxossi. Mas também são regidos por Iansã, tendo recebido da mesma a autoridade de conduzir os eguns da mesma forma que conduziam sua boiada quando encarnados. Levam cada boi (espírito) para seu destino, e trazem os bois que se desgarram (obsessores, quiumbas, etc.) de volta ao caminho do resto da boiada (o caminho do bem).


Os Caboclos são entidades fortes, viris. Alguns têm algumas dificuldades de se expressar em nossa língua, sendo normalmente auxiliados pelos cambonos. São sérios, mas gostam de festas e fartura. Gostam de música, cantam toadas que falam em seus bois e suas andanças por essas terras de meu Deus. Os Boiadeiros também são conhecidos como "Encantados",pois segundo algumas lendas, eles não teriam morrido para se espiritualizarem, mas sim se encantados e transformados em entidades especiais.


Os Boiadeiros também apresentam bastante diversidade de manifestações. Boiadeiro menino, Boiadeiro da Campina, Boiadeiro Bugre e muitos outros tipos de Boiadeiros, sendo que alguns até trabalham muito próximos aos Exus.


Suas cantigas normalmente são muito alegres, tocadas num ritmo gostoso e vibrante. São grandes trabalhadores, e defendem a todos das influências negativas com muita garra e força espiritual. Possuem enorme poder espiritual e grande autoridade sobre os espíritos menos evoluídos, sendo tais espíritos subjugados por eles com muita facilidade.


Sabem que a prática da caridade os levará a evolução, trabalham incorporados na Umbanda, Quimbanda e Candomblé. Fazem parte da linha de caboclos, mais na verdade são bem diferentes em suas funções. Formam uma linha mais recente de espíritos, pois já viveram mais com a modernidade do que os caboclos, que foram povos primitivos. Esses espíritos já conviveram em sua ultima encarnação com a invenção da roda, do ferro, das armas de fogo e com a prática da magia na terra.


Saber que boiadeiros conheceram e utilizaram essas invenções nos ajuda muito para diferenciarmos dos caboclos. São rudes nas suas incorporações, com gestos velozes e pouco harmoniosos. Sua maior finalidade não é a consulta como os Pretos-velhos, nem os passes e muito menos as receitas de remédios como os caboclos, e sim o "dispersar de energia" aderida a corpos, paredes e objetos. É de extrema importância essa função pois enquanto os outros guias podem se preocupar com o teor das consultas e dos passes, existe essa linha "sempre" atenta a qualquer alteração de energia local (entrada de espíritos).


Quando bradam alto e rápido, com tom de ordem, estão na verdade ordenando a espíritos que entraram no local a se retirar, assim "limpam" o ambiente para que a prática da caridade continue sem alterações. Esses espíritos atendem aos boiadeiros pela demonstração de coragem que os mesmos lhes passam e são levados por eles para locais próprios de doutrina.


Em grande parte, o trabalho dos Boiadeiros ''e no descarrego e no preparo dos médiuns. Os fortalecendo dentro da mediunidade, abrindo a portas para a entrada dos outros guias e tornando- se grandes protetores, como os Exus.


Outra grande função de um boiadeiro é manter a disciplina das pessoas dentro de um terreiro, sejam elas médiuns da casa ou consulentes. Costumam proteger demais seus médiuns nas situações perigosas. São verdadeiros conselheiros e castigam quem prejudica um médium que ele goste. "Gostar" para um boiadeiro é ver no seu médium coragem, lealdade e honestidade, aí sim é considerado por ele "filho". Pois ser filho de boiadeiro não é só tê-lo na coroa.


Trabalham também para Orixás, mais mesmo assim, não mudam sua finalidade de trabalho e são muito parecidos na sua forma de incorporar e falar, ou seja, um boiadeiro que trabalhe para Ogum é praticamente igual a um que trabalhe para Xangô, apenas cumprem ordens de Orixás diferentes, não absorvendo no entanto as características deles.


Dentro dessa linha a diversidade encontra-se na idade dos boiadeiros. Existem boiadeiros mais velhos, outros mais novos, e costumam dizer que pertencem a locais diferentes, como regiões, por exemplo: Nordeste, Sul, Centro-Oeste, etc.


Os Boiadeiros representam a própria essência da miscigenação do povo brasileiro: nossos costumes, crendices, superstições e fé.


Jetruá Boiadeiro...


Saravá Seu Boiadeiro.






Em grande parte, o trabalho dos Boiadeiros ''e no descarrego e no preparo dos médiuns. Os fortalecendo dentro da mediunidade, abrindo a portas para a entrada dos outros guias e tornando- se grandes protetores, como os Exus.


Outra grande função de um boiadeiro é manter a disciplina das pessoas dentro de um terreiro, sejam elas médiuns da casa ou consulentes. Costumam proteger demais seus médiuns nas situações perigosas. São verdadeiros conselheiros e castigam quem prejudica um médium que ele goste. "Gostar" para um boiadeiro é ver no seu médium coragem, lealdade e honestidade, aí sim é considerado por ele "filho". Pois ser filho de boiadeiro não é só tê-lo na coroa.


Trabalham também para Orixás, mais mesmo assim, não mudam sua finalidade de trabalho e são muito parecidos na sua forma de incorporar e falar, ou seja, um boiadeiro que trabalhe para Ogum é praticamente igual a um que trabalhe para Xangô, apenas cumprem ordens de Orixás diferentes, não absorvendo no entanto as características deles.


Dentro dessa linha a diversidade encontra-se na idade dos boiadeiros. Existem boiadeiros mais velhos, outros mais novos, e costumam dizer que pertencem a locais diferentes, como regiões, por exemplo: Nordeste, Sul, Centro-Oeste, etc...


Os Boiadeiros representam a própria essência da miscigenação do povo brasileiro: nossos costumes, crendices, superstições e fé.


Jetruá Boiadeiro...


Saravá Boiadeiro.