quarta-feira, 20 de abril de 2016

Ogum

Ogun deus da metalurgia e tudo que está ligado ao ferro

Ogum é o orixá da guerra, da coragem, o protetor dos templos, das casas, dos caminhos.
Ogum precede os outros orixás, vindo logo após Exú, e recebe também parte dos sacrifícios dos outros orixás pois foi quem que forjou o obé (faca usada nos rituais para oferendas de sacrifícios).
Era um guerreiro que brigava sem cessar contra os reinos vizinhos. Dessas expedições, ele trazia sempre um rico espólio e numerosos escravos.
Guerreou contra a cidade de Ará e a destruiu. Saqueou e devastou muitos outros estados e apossou-se da cidade de Irê, matou o rei, aí instalou seu próprio filho no trono e regressou glorioso, usando ele mesmo o título de Oníìré, “Rei de Irê”.

Características dos filhos do orixá Ogum

Os filhos de Ogum são o tipo das pessoas fortes, aguerridas e impulsivas, incapazes de perdoar as ofensas de que foram vítimas.Das pessoas que perseguem energicamente seus objetivos e não se desencorajam facilmente. Daquelas que, nos momentos difíceis, triunfam onde qualquer outro teria abandonado o combate e perdido toda a esperança. Das que possuem humor mutável, passando de furiosos acessos de raiva ao mais tranqüilo dos comportamentos.
São do tipo de pessoas impetuosas e arrogantes, mas que devido à sinceridade e franqueza de suas intenções, tornam-se difíceis de serem odiadas.

Dias, cores, comidas e saudações a Ogum

  • Dia da semana consagrado a Ogum: Terça-feira
  • Cores: azul escuro, azul marinho, azul cobalto, verde;
  • Símbolo: idá (espada de ferro);
  • Contas: azul escuro, verde;
  • Oferendas: bodes e galos, inhame, feijoada, cerveja branca.
  • Saudação: “Ogunhê!”

Fonte: http://www.raizesespirituais.com.br/orixas/ogum/

terça-feira, 19 de abril de 2016

Os Pães de Ògún – O Nascimento da Tradição

Resultado de imagem para pão de salAtualmente muitos Terreiros realizam o chamado “Pães de Ògún”. Resumidamente nas festas em homenagem ao Òrìsà Ògún, pães são distribuídos aos filhos e demais pessoas presentes. Muitos acreditam que a cerimônia ocorre em razão do sincretismo de Ògún com Santo Antônio e em razão dos pães desse santo. Em verdade, o surgimento dessa cerimônia ocorreu em 1.952, em razão de um acontecimento com a Ìyálòrìsà Simpliciana Basília da Encarnação –, a aclamada Mãe Simplícia de Ògún, então Ìyálòrìsà do Asè Òsùmàrè, mãe carnal da Ìyálòrìsà Nilzete de Yemoja e avó de Pai Pecê.
Mãe Simplícia ascendeu à posição de Ìyálòrìsà do Asè Òsùmàrè em 1.952 e à época, com muito esforço e dedicação lutava para conseguir manter a estrutura do Asè e para que nada faltasse para os Òrìsà ou para a sua família. Mãe Simplícia sempre trabalhou, mas mesmo com a venda de fato e de quitutes, era muito difícil manter tudo.
Todos os dias pela manhã, antes de ir ao Retiro onde comercializava fato, mãe Simplícia cumpria um rigoroso ritual. Ia até a cozinha onde pegava farinha para com água entregar a Èsù, pedindo que o dia fosse bom e que não passasse por dificuldades, entoava um antigo cântico ao galo e dava início a sua longa jornada.
Certa vez Mãe Simplícia ao entrar na cozinha para novamente cumprir seu ritual, deparou-se com as latas de farinhas vazias – havendo somente pão. Diante do cenário desolador, Mãe Simplícia suplicou a Ògún que não deixasse jamais faltar algo dentro de sua casa que, quando da realização da sua festa, ela daria pães de lembrança.
Com o passar dos dias, Mãe Simplícia conseguia ainda que de forma tímida se estruturar financeiramente e com as chamadas “caixas”, conseguia seguir o calendário religioso do Asè Òsùmàrè. Quando chegou a festa de Ògún, mãe Simplícia não se esqueceu da promessa que havia feito no momento de grande dificuldade e preparou uma certa quantidade de pães para serem distribuídos. Pessoalmente, mãe Simplícia colocava os pães em saquinhos, enfeitando-os com fitinhas na cor azul, ela era caprichosa e gostava das coisas bonitas e arrumadas. Assim aconteceu no primeiro e segundo ano da gestão de Mãe Simplícia.
No terceiro ano, Mãe Simplícia já se estabelecera como importante Ìyálòrìsà do Candomblé da Bahia e com muito esforço, dedicação e trabalho, havia conseguido comprar um fogão para o Terreiro de Candomblé – até então, só havia fogão de lenha no Asè e não era comum o uso do fogão a gás. Mãe Simplícia estava muito contente, pois poderia fazer no próprio Asè os pães para as lembrancinhas da festa de Ògún Dekisi.
Dessa forma, mãe Simplícia organizou tudo para que os pães fossem assados no Terreiro, enfeitados e distribuídos aos devotos de Ògún. Porém, no dia da festa, durante o preparo dos pães, o gás acabou e ninguém conseguia achar um local que vendesse para que todos os pães fossem assados. Pouco antes do início da festa, finalmente conseguiram o gás, mas já era tarde. Mãe Simplícia pediu que assassem os pães, mas que seriam servidos no café, no dia seguinte, sendo que ela não conseguiria fazer as lembrancinhas. Muito sesolada pelo fato de não conseguir manter a sua promessa, Mãe Simplícia deu início a festa de forma muito triste, enquanto os pães eram assados para serem distribuídos no outro dia.
Quando Ògún foi sair para o “Hun”, ele surpreendeu a todos...
De forma inesperada Ògún entrou na cozinha pegando os pães que ainda estavam esfriando, sendo que como relatado, a falta do gás atrasou o preparo. Ògún pegou um balaio, enfeitou com o màrìwò de suas vestes, colocando nele todos os pães que foram feitos. Emocionados, os filhos do Asè Òsùmàrè aclamavam Ògún. Aquele venerável Òrìsà que mãe Simplícia tanto amava, entrou com os pães no salão.

Ògún de Mãe Simplícia então começou a distribuir aqueles pães. Os filhos do Asè recebiam os pães de forma muito emocionada, conclamando Ògún. Para eles, aquele pão carregava uma simbologia muito grande. Aquele pão não retratava as dificuldades passadas por mãe Simplícia, mas sim, a vitória dela obtida por meio da fé naquele Òrìsà tão poderoso. Òrìsá que mesmo com o seu perfil de lutador e vencedor das grandes batalhas, teve a sensibilidade para ver a apreensão no coração da sua filha, tomando assim, uma atitude que anos depois, passou a ser replicada pelos descendentes do Asè Òsùmàrè e de outras famílias, torando uma das tradições mais bonitas da nossa Casa.


quarta-feira, 6 de abril de 2016

O QUE APRENDI COM O ORIXÁ




Se estou sem dinheiro; é porque gastei.
Se estou doente; é porque não me cuidei.
Se fiquei chateado; é porque expectativa eu criei.
Se perdi; é porque não mereci.
Se pensarmos e agirmos assim, mais tranquilamente melhoraremos nosso destino, não repetindo erros e falhas.
Agora, se insistirmos em terceirizar a culpa de tudo que ocorre em nossas vidas para algo externo, insistiremos em continuar errando.
Diferentemente do que a maioria das pessoas pensam, nossa religião não atribuiu o nosso fracasso ao seres “espirituais”, ao contrário. Nossa filosofia nos ensina que somos responsáveis pelo que conquistamos e pelo que fracassamos.
Òrisà nos orienta à ter uma vida equilibrada e à sermos gratos pela nossa vida e existência. E ser grato à tudo, a todo momento. Não adianta agradecer pela manhã e reclamar de tarde, não funciona assim.
A busca pela realização e felicidade, não depende apenas de sorte, depende de esforço, foco e determinação.
Voltando nossos olhos para isso, analisaremos qual é a real função de Orixá em nossas vidas e qual é a nossa real obrigação com nós mesmos